Estamos em outubro, mês internacional de conscientização do TDAH. Essa é uma excelente oportunidade para a reflexão sobre esse transtorno que desafia muitas pessoas em seu dia a dia (muitas vezes de maneira severa) e sobre os conceitos e preconceitos que rondam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Quase todo mundo já ouviu falar sobre o TDAH, mas muitas dúvidas persistem, como por exemplo:
- Você realmente sabe o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?
- Sabe quais são as características relacionadas ao TDAH?
- Quais são suas causas?
- Como tratar esse transtorno? Existem ferramentas próprias para lidar com ele?
- Você tem TDAH? Recebeu recentemente esse diagnóstico? Conhece alguém que lida com esse transtorno?
- Como se trata? Com meditação? Com terapia? Com remédios? Com uma junção de tudo isso?
- Eu li que o TDAH é uma doença inventada para vender remédios. Li na internet que ela não existe. É verdade?
Todas essas perguntas serão respondidas, mas já posso adiantar que essa história do TDAH ser uma “doença inventada pra vender remédio” não passa de um hoax bem antigo (hoax é um boato criado e espalhado na web). Hoje chamaríamos de fake news.
Eu tenho TDAH.
Depois de muitas suspeitas e profissionais dando praticamente como certa a possibilidade de possuir tal transtorno, há algum tempo tive finalmente a confirmação, por meio de uma avaliação neuropsicológica, que tenho TDAH.
Receber esse diagnóstico não foi exatamente uma surpresa, mas foi com um certo alívio (mentira, foi com um baita alívio) que o abracei. Com a certeza do problema, tinha um caminho a seguir na busca por esclarecimento e estabilização.
Por que eu resolvi escrever sobre esse tema? Bem, em primeiro lugar, tenho recebido muitos comentários positivos em relação a série “O peso de uma sombra” em que falo sobre depressão. Então, depois de considerar algumas sugestões, resolvi iniciar uma nova coletânea de textos, dessa vez sobre o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade. E, em segundo lugar, estamos no mês da conscientização do TDAH, pareceu o momento correto.
E para deixar sempre claro: Não sou psiquiatra, psicólogo ou terapeuta. Os textos que postarei a seguir não são uma recomendação, confirmação e/ou contestação de coisa alguma. Tratam-se apenas de algumas exposições pessoais sobre temas de saúde mental e outros correlatos. Mas, dessa vez, compartilharei minha experiência sobre o TDAH.
Só mais uma coisinha: a série “O peso de uma sombra” ainda não terminou. Fiquem de olho no blog para não perderem nenhum texto de nenhum assunto.
Até mais.
Autor: Yori R. Santos-Ramos
Acesse, abaixo, os links para os textos da série ” O peso de uma sombra”.
Como professora de ensino fundamental, durante 27 anos, sempre estive envolvida com alunos diagnosticados com TDAH e via como era difícil para eles lidarem com tal realidade. Infelizmente, ainda existem pessoas que não tratam esse transtorno com a devida atenção e seriedade. Parabéns pelo relato. Espero que seu texto seja uma luz para aqueles que ainda estão no escuro.
Muita gente ainda vê o TDAH mais ou menos como entendem a depressão: como frescura ou desculpa que as pessoas inventam pra não fazer as coisas direito. Eu espero ajudar a esclarecer um pouco certas situações. Se ajudar uma pessoa que seja já fico contente.
Obrigado pelo comentário.
minha filha hoje com 17 anos tem TDA, ainda não chegamos em uma medicação que tenha dado certo. Por conta da depressão, tiques nervosos e ansiedade medicação para o transtorno de déficit de atenção não faz efeito. inclusive ela também tem disfunção do processamento auditivo central, que não é nada no canal do ouvido e sim a dificuldade de processar o que ouve. Enfim, obrigada por mais esse compartilhamento da sua experiência.
Estranho porque eu tenho depressão e TDAH e até recentemente tomava medicação para os dois com resultados satisfatórios. Pode ser o que você disse: falta encontrar o remédio certo. Torço pra que tudo se encaixe o mais rápido possível.
Obrigado pelo comentário, espero que minha experiência seja útil para alguém.