Resenha crítica com spoilers de Invasores

Nicole Kidman e Daniel Craig em Invasores

Ficha do Filme

Direção: Oliver Hirschbiegel, James McTeigue

Roteiro: David Kajganich

Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Jeremy Northam

Título original: The Invasion

Data de lançamento: 17 de outubro 2007

Duração: 1h38min

5/5

O início

O filme Invasores começa com uma cena em que nada faz sentido e que só apresenta um ou dois elementos para uma  interpretação inicial. O que vem a seguir é, definitivamente, um filme intrigante. Já nas primeiras cenas, temos a Dra. Carol Bennell (Nicole Kidman) em uma espécie de armazém ou loja fazendo de tudo para se manter acordada, tomando remédios e bebidas energéticas com esse intuito. Aqui mesmo a trama já apresenta diversos elementos do seu desenvolvimento que só ficarão claros lá para a metade do filme. Isso é ótimo para despertar a curiosidade de quem está assistindo e dar aquele leve ar misterioso logo de cara.

A história segue com a queda de uma nave, proveniente de uma missão espacial, que deixa especialistas incertos quanto aos fatores que provocaram o acidente. Logo o governo estadunidense chega ao local dos destroços e começa a estudar, analisar e tentar entender o que de diferente havia ali para causar o ocorrido, e se aquilo apresentava uma ameaça para as pessoas. De forma sutil, mas bastante decisiva, o filme apresenta o que é o início do contágio por essa espécie alienígena, quando o agente federal Tucker Kaufman (Jeremy Northam) se corta com uma das partes da nave achada por uma garotinha.

A cena continua para o retorno de Tucker até sua casa, onde começa a sentir desconforto e um certo mal-estar, aliado ao estranho comportamento de seu cachorro: antes dócil e carinhoso, agora latia e rosnava para seu próprio dono. Quando o agente vai  dormir,  o filme o mostra passando por uma espécie de incubação, com escamas e o que parece um organismo se formando a partir de sua pele. Nessa cena, o elemento do desconhecido é um forte aliado da história, que não vai tratar isso somente a partir da perspectiva dos extraterrestres, como também dos humanos, mais para frente durante o filme.

A partir desse momento, temos a Dra. Carol Bennell (Nicole Kidman) conversando e interagindo com o seu filho Oliver (Jackson Bond) e, logo após, cuidando de sua vida profissional como psiquiatra. Há uma considerável atenção dada a uma paciente que sofria com um marido abusivo. Este marido, a partir de certo ponto, passou a tratá-la completamente diferente, praticamente outra pessoa. Isso auxilia a compreender cada vez mais como os personagens, ainda não transformados, reagiam a essa mudança repentina de conhecidos e pessoas próximas, deixando-as estranhamente fora das suas personalidades anteriores.

A trama começa a se desenvolver

A trama começa a se desenvolver mais seriamente a partir do momento que Tucker, agora revelado ex-marido da Dra. Bennell, pede para passar uns dias com o filho. Ela suspeita de tudo que acontece ao seu redor, vendo como as pessoas se comportam nas ruas e na televisão. Passa a pesquisar mais a fundo se algo realmente está acontecendo com a população em geral e acaba descobrindo que não é apenas ela que vê esses fenômenos atípicos de convivência e comportamento.

Há também a apresentação do médico Ben Driscoll (Daniel Craig), amigo de Carol que a acompanha durante boa parte da trama e, especialmente, nos momentos mais conturbados. Sua ajuda se mostrou bastante importante, senão crucial, para que ela conseguisse avançar no decorrer da história.

Nicole Kidman em Invasores

À medida que a Dra. Bennell fica mais consternada com esse estranho comportamento da população, mais ela fica impaciente e, por fim, resolve buscar Oliver na casa do pai. Neste momento, é pega por uma emboscada e contaminada com o que agora se sabe ser uma espécie de entidade alienígena que se espalha por meio de líquidos e fluidos. A partir do momento em que a pessoa dorme, ela é incubada e passa a ser “controlada”. Algo que é sempre frisado pela personagem é a importância em reaver o filho, mesmo que significasse seu próprio sacrifício no processo. Isso contribui bastante no desenrolar do desfecho da trama, já que o filho dela é crucial nesse acontecimento.

Caminhando para o final

É importante frisar que o filme não dá todas as informações sobre os alienígenas, os seus modos ou como influenciam os que ainda não foram contaminados, até que os próprios personagens do filme saibam. O espectador aprende junto com os protagonistas e acaba por se envolver muito mais com a história. Cada pessoa com quem eles interagem, cada situação que os desafiam é que dá uma informação nova para desvendar os mistérios de Invasores. Tudo é construído junto com quem assiste.

Outro diferencial do filme é como aborda de uma forma única a ideia de invasão. Em tese é de fato uma invasão que ocorre no longa, mas os objetivos dos extraterrestres são diferentes daqueles de filmes clássicos. Nesse, há um interesse alienígena em unir os diferentes povos do mundo numa única mente, libertando todos do “problema” que é a índole e a liberdade de escolha que os humanos possuem. Acaba sendo um ponto abordado várias vezes durante todo o filme, e que faz qualquer um que assiste se questionar sobre o que seria melhor fazer numa situação como essa. Deixar se dominar por uma entidade unificadora, perdendo a liberdade de agir, mas que traz paz ao mundo todo, ou combatê-la, reconquistando a liberdade mesmo com os pontos negativos?

Daniel Craig em Invasores

O desenrolar e o desfecho do filme caminham como boa parte dos clássicos de invasão alienígena: uma ideia milagrosa ou uma pessoa que conseguiu realizar um feito quase impossível que salva toda a humanidade. Verdadeiramente, o filme não traz nada muito inovador nesse quesito. Porém, apesar do conceito já batido de uma presença extraterrestre que contamina e domina, a forma como a humanidade foi salva trouxe um diferencial por se assemelhar bastante ao que ela faria – provavelmente – para se salvar de uma invasão alienígena na vida real.

E você? Assistiu a esse filme? Conte para a gente como foi a experiência.  

Autor: Gustavo Volgado

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