Neste post vamos falar sobre a leptospirose, que é uma doença de grande importância para a saúde pública, pois infecta bovinos, ovinos, suínos, equinos, cães, gatos e pessoas. A leptospirose é causada pela bactéria gram negativa Leptospira, que apresenta algumas variações: 4 infectam nos pets e 2 acometem as pessoas.
Transmissão

A transmissão pode ser feita pelo contato com a urina de animais infectados, pelo contato de água e terra ou pela ingestão de animais contaminados pela bactéria. O principal “vilão” que vem à mente é o rato, mas o vetor da leptospirose pode ser qualquer animal infectado. O rato leva essa “fama” por ser um animal que a sociedade não procura tratar e geralmente, nas cidades, vive em contato direto com lixo e esgoto, que são locais propícios para a disseminação de várias doenças.
Além disso, é mais comum em ratos a infecção da variedade de reservatório, sorotipo da leptospira que não causa praticamente nenhum sintoma, mas seu vetor pode transmitir a doença pela vida toda e infectar outros animais que podem apresentar os sintomas.
A leptospirose é uma zoonose bacteriana mais comum em regiões quentes e úmidas, por isso é uma doença endêmica aqui no Brasil, onde tem mais reincidência na época das chuvas. Vale ressaltar que, se a bactéria se encontrar em um local adequado, como uma poça de água parada com ph e temperatura propícias, pode sobreviver fora de um hospedeiro por até 6 meses.
Os cães são mais afetados pela leptospirose, enquanto que relatos dessa doença em gatos são mais raros. Além disso, os gatos costumam apresentar uma resposta melhor contra a leptospirose, ou seja, é mais fácil os gatos se recuperarem.
Sintomas da Leptospirose
Os sintomas variam de indivíduo para indivíduo, mas os principais sintomas estão relacionados com alteração hepática e renal, podendo ser:
- Icterícia
- Hemorragia pulmonar
- Febre
- Aborto
- Tremores
- Falta de ânimo, sem querer se levantar, aparentemente
- Vômito
- Diarréia
- Sem apetite
Diagnóstico e tratamento

Por ser uma doença que apresenta duas fases, o exame que dará o diagnóstico pode variar. A leptospirose começa com a fase inicial de leptospiremia, isto é, nessa fase a bactéria está mais presente nos vasos sanguíneos se multiplicando. Na segunda fase, chamada de leptospirúrica, a bactéria se aloja em alguns órgãos como fígado e rins. É nessa fase que a bactéria será expelida pela urina, podendo assim, contaminar água e solo.
Assim, dependendo da fase da doença, o material utilizado para a análise vai variar, podendo ser exame de sangue ou de urina.
Devido à alteração renal, o tratamento conta como suporte a fluidoterapia em conjunto com antibióticos. Dependendo da situação do animal, tratamentos para repor os níveis nutricionais e energéticos podem ser ministrados também. A duração do tratamento varia com a gravidade da doença, mas normalmente dura pelo menos 2 semanas.
Prevenção da Leptospirose
A profilaxia com antibióticos não é usada com animais. Existe vacina contra a leptospirose, no entanto, ela não protege o seu animal contra todas as variedades da bactéria, pois elas possuem a habilidade de mutação.
Assim, é importante proteger o seu bichinho de fezes de outros animais. Em passeios, não deixe seu animal comer coisas desconhecidas, beber de poças e lave as patinhas quando chegar em casa. Além disso, procure, dentro do possível, passear com o seu animal só se ele estiver com a carteira de vacinação em dia.
Se você mora em uma casa grande, fique atento se não há nenhum animal de rua que fique em contato com o seu pet; esses animais podem transmitir outras doenças além da leptospirose. Você pode providenciar grades mais fechadas no portão para diminuir o contato, colocar obstáculos em muros para que gatos não entrem e evitar deixar comida ao ar livre por longos períodos de tempo à disposição de ratos. Se, porventura, reparar que há ratos em sua casa, procure uma dedetizadora ecológica e humanitária.
Caso tenha algum relato ou dúvida, coloque nos comentários e lembre-se de que esse post tem o objetivo de apenas passar algumas informações sobre a doença. Caso seu animal apresente algum sintoma, leve-o a um médico veterinário qualificado. Apenas o profissional pode diagnosticar e passar o tratamento correto para o seu bichinho.
Referências
LIMA, Érica Versiani. Leptospirose canina: revisão bibliográfica. 2013. x, 40 f., il. Monografia (Bacharelado em Medicina Veterinária)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Microbiologia veterinária e doenças infecciosas [recurso eletrônico] / P. J. Quinn, B. K. … [et al.] ; tradução Lúcia Helena Niederauer Weiss, Rita Denise Niederauer Weiss. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
Autora: Luana S. Ramos
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