Doença do carrapato e raiva – Por mais que nos preocupemos com os nossos bichinhos, alguma hora eles vão acabar contraindo alguma doença. Então, nesse post, serão discutidas duas doenças comuns que acometem os cachorros, os sinais clínicos, isto é, os sintomas, como são contraídas, como geralmente se trata e a prevenção.
Lembre-se de que a única pessoa que pode diagnosticar e receitar medicamentos para o seu animal é um médico veterinário qualificado. Assim, se o seu cão apresentar quaisquer sintomas aqui citados, leve-o a um profissional.
Erliquiose ou doença do carrapato
A erliquiose, além de ser uma zoonose, isto é, pode ser transmitida para humanos, é uma doença comum e muito perigosa, podendo levar o cachorro a óbito. Por isso é muito importante conhecê-la e poder se prevenir.
Transmissão
Essa hemoparasitose é transmitida pela bactéria gram negativa Ehrlichia canis presente na saliva de carrapatos infectados. O carrapato adulto consegue sobreviver por 568 dias e transmite a doença por 155 dias depois de sair do seu hospedeiro.
Sintomas da doença do carrapato
Os sinais clínicos podem variar de acordo com a idade do cão, cepa contagiante e a fase da doença. Alguns cachorros podem apresentar sintomas muito graves e outros podem ser assintomáticos. Mas de forma geral os principais sintomas são:
- Febre
- Anorexia
- Perda de peso
- Depressão
- Linfadenopatia (linfonodos aumentados)
- Trombocitopenia (número reduzido de plaquetas)
- Anemia devido pancitopenia (redução do valor de hemoglobinas, leucócitos e plaquetas)
- Glomerulonefrite ( inflamação do glomérulo, unidade funcional do rim)
- Infecções secundárias
- Lesões oculares na fase aguda da doença
Diagnóstico e tratamento
Normalmente um hemograma com a análise dos sinais clínicos é suficiente para diagnosticar a doença. Existem alguns “kits” sorológicos que podem detectar essa doença também. A duração do tratamento irá depender da condição do animal, mas geralmente é em torno de 3-4 semanas com antibióticos, além de outras drogas necessárias para estabilizar o animal.
Prevenção
Ainda que apresente um bom prognóstico na maioria das vezes, a prevenção é de suma importância. A melhor forma de proteger o seu cão da doença do carrapato é evitar que o vetor chegue ao seu hospedeiro, ou seja, controlar os ectoparasitas. É possível fazer isso ministrando remédios que combatam carrapatos, o seu veterinário pode recomendar alguns. O que eu mais uso é o Simparic. Leia a bula para ministrá-lo.
Este medicamento não é um dos mais baratos, mas possui um ótimo custo benefício e é muito importante proteger o animal contra pulgas e carrapatos. Existem algumas marcas mais em conta, em formato líquido, que são colocadas no dorso do animal. Não recomendo de forma alguma esse formato, pois normalmente dura muito pouco, deixando o animal vulnerável e, dessa forma, você acabará gastando muito mais.
Além de medicar o animal, é possível fazer o controle do ambiente com talcos que podem ser espalhados pela caminha e pelo ambiente em que seu animal geralmente fica. Recomendo esta marca:
Pulgoff

Além desses dois, você pode usar um shampoo ou sabão que proteja o animal contra os ectoparasitas na hora do banho. Caso o seu animal tome banho em um pet shop, leve um desses para que os funcionários utilizem o produto na hora do banho.
Doenças em cães – Raiva

Além da doença do carrapato, vamos falar, neste post, sobre a raiva. A raiva é uma doença de grande importância para a saúde pública mundial, que acomete todos os mamíferos, sendo assim uma zoonose.
Transmissão
A transmissão se dá através da saliva do animal infectado pelo vírus envelopado Lyssavirus da família Rhabdoviridade. Normalmente é passada via mordedura.
Sintomas
Essa doença ataca, principalmente, o sistema nervoso, por isso os primeiros sintomas percebidos são alterações do comportamento como:
- Agressividade
- Ansiedade
- Perda de medo
- Irritação
- Latidos anormais
- Engasgos e hidrofobia
- Depressão e paralisia (nesse caso o animal não fica agressivo)
- Febre
- Reflexos lentos
Diagnóstico e tratamento
Ainda que os sinais clínicos sejam clássicos, é possível confundir com outras enfermidades. Podem ser levados para análise folículo piloso, saliva, soro e líquido cefalorraquidiano. O animal deve ser separado de outros e ficar em observação.
Caso a doença seja confirmada, o animal, infelizmente será eutanasiado, pois não há tratamento nem cura para essa doença. Para humanos existe o soro pós exposição que diminui o risco de contaminação, mas é uma doença de 100% de letalidade.
Prevenção
A principal e mais importante forma de prevenção é a carteira de vacinação em dia. A vacina antirrábica anual é a forma mais certa de proteger o seu animal. Mas, mesmo assim, não é 100% certo de que o cão não irá contrair a doença. Caso seu animal tenha sido mordido, lave imediatamente a ferida com água e sabão, visto que o sabão pode deixar o vírus inativo. Deixe seu animal longe dos outros e leve ao veterinário para ficar sob observação.
Seu animal também pode contrair a doença caso coma animais infectados, principalmente morcegos que são considerados o principal vetor silvestre dessa doença. Por isso, caso veja um morcego pela manhã e no chão, chame a polícia ambiental para remover o animal que pode estar infectado pela doença.
É muito importante prestar atenção no seu bichinho para saber se ele está com algum tipo de doença, e também é necessário manter sempre a boa higiene do seu animalzinho e as vacinas em dia. Nos próximos posts, colocarei mais doenças. Caso tenha alguma dúvida ou relato, coloque aqui nos comentários.

Referência bibliográfica
ISOLA, J. G. M. P.; CADIOLI, Fabiano Antonio; NAKAGE, Ana Paula. Erliquiose canina–revisão de literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v. 18, p. 1-11, 2012.DE OLIVEIRA, Bruna Cristina Mendonça; GOMES, Deriane Elias. Raiva-Uma Atualização Sobre A Doença. Revista Científica Unilago, v. 1, n. 1, 2019.
Autora: Luana S. Ramos
Gostou deste artigo sobre a doença do carrapato? Leia, também, os outros artigos da minha coluna sobre Pets, em nosso blog. Para acessar, clique no botão abaixo.
Jamais imaginei uma doença dessas em um bichinho. No próximo post , poderia falar sobre a doença que os ratos passam para os pets?