A arte de costurar

Assim como a poesia, costurar é arte! Rendas, sedas, fitas, babados, paetês…Trabalhar uma peça de tecido para transformá-la em uma vestimenta é prazeroso. No entanto, a costura vai muito além disso. Não é só fazer um vestido e pronto! Cada peça de roupa tem uma  história para contar e a história dela vai se fundindo com a sua, desde a escolha do tecido para determinado modelo até o último detalhe para a peça ficar pronta e sair por aí desfilando, saindo às ruas.

A costura, em minha vida, sempre foi muito marcante. Conheço esse mundo desde os 5/6 anos de idade, quando ficava debaixo da tampa da máquina de costura vendo minha mãe coser  as roupas das freguesas durante horas. E eu, ali, fazia meus  desenhos e pintava para entregar a ela. Um pouco mais velha, ajudava a tirar os alinhavos das roupas com muito cuidado para não danificar a peça. Era o melhor lugar do mundo!

Hoje eu tenho 57 anos e, apesar de ter seguido a carreira das Letras, ainda tenho um espaço em minha casa só para as minhas costuras. 

Máquinas, tecidos, tesoura, linhas, moldes, revistas de moda…é um mundo que vale a pena explorar. E ainda pode ser uma ótima fonte de renda extra. Pode apostar nessa ideia! Não sei você, mas há três lugares que eu adoro visitar: livraria,  papelaria e um belo de um armarinho!

Então, vamos entrar um pouco nesse mundo da costura? Quem sabe não existe um costureiro(a) dentro de você bem escondidinho(a)? Nunca se sabe quando as coisas vão aflorar dentro da gente, não é mesmo?

Um pouquinho de história

“A costura tem mais de 30 mil anos de história, desde agulhas de osso até a produção em massa durante a Revolução Industrial. A máquina de costura foi inventada na década de 1830 por Barthélemy Thimonnier e evoluiu com melhorias de Elias Howe e Isaac Singer, cuja empresa Singer popularizou a máquina de costura doméstica.”

Após a Revolução Industrial, as roupas começaram a ser fabricadas em larga escala nas fábricas por costureiras. 

Bom, a história é longa, mas o que nos interessa é saber que costurar sempre foi necessário para a nossa sociedade. Segundo a ABIT- Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a indústria da moda fatura mais de 150 bilhões de reais por ano.

O que entristece é que essa indústria também é responsável por 20% da poluição da água potável à escala mundial decorrente da utilização de produtos para  tingimentos e acabamento. A lavagem de vestuário sintético é responsável por 35% dos microplásticos primários libertados no ambiente.

Eis mais um motivo para você confeccionar suas próprias roupas: respeito ao meio ambiente! Quantas roupas compramos por aí e, nas primeiras lavagens, já estão deformadas? Já com as suas, confeccionadas por você mesmo(a), acredito que vão durar bem mais. Só em pensar que se pode escolher o tecido, o modelo, as particularidades de determinados cortes e ser sob medida, já valeu a pena. Quer que sua roupa tenha etiqueta?  É só mandar fabricar do jeitinho que você deseja.

Cultura/Religião

Quem nunca assistiu a um filme ou a uma novela e percebeu que as indumentárias diferenciavam as classes sociais pelo feitio,  cor ou  tipo de tecido? Quem assistiu à novela Caminho das Índias, por exemplo, viu que  as roupas determinam a classe social e o estilo de vida. 

As pessoas, desde sempre, fizeram da roupa uma peça importante para a sociedade em geral.  Pelo que vestimos, mostramos do que gostamos,  de onde somos, qual nossa classe social, quais são nossos ídolos estampados em nossas camisas, à qual cultura pertencemos e qual o nosso estilo de vida. 

As máquinas de costura

Mesmo com a tecnologia avançada, inclusive no setor de moda, muitas máquinas de costura antigas ainda são vendidas no mercado. Aquelas pretas, lindas, ainda chamam a atenção de muita gente. A costura é sem igual, durável e, quem gosta, não vende por preço nenhum. É realmente uma obra de arte também! 

Muitos compram , mas nem costuram, usam-na como peça de decoração. Em alguns relicários, você ainda  encontra essas maravilhas. As máquinas da marca Singer, Elgin e Vigorelli eram as mais conhecidas.

Hoje existem máquinas para todos os gostos e bolsos. Sem falar que há as opções de serem domésticas, semi-industriais ou industriais; novas ou usadas. 

E aquelas que já vêm computadorizadas ou mesmo as de bordar? São maravilhosas também!

Costurar com estilo

Abaixo, seguem algumas imagens dessas donas do pedaço.

As antigas ainda têm um certo charme. Se pudessem falar, contariam muitas histórias. Ah se contariam…

 Se gostou de ver essas raridades, dê uma pesquisada. Acesse as referências e se divirta. 

Há ainda as máquinas ditas com gabinete (eram nessas que eu ficava escondida fazendo meus desenhos). Essas ainda se encontram no mercado e novinhas. Além dessas, existem as mais modernas,  cheias de tecnologia que facilitam a vida dos profissionais da área. A cada ano que passa, estão mais sofisticadas, com mais funções, só falta fazer a roupa sozinha…brincadeira! O custo varia muito: de R$1.000,00 (usada) a R$ 70.000,00.

Vale muito a pena pesquisar bastante antes de adquirir uma dessas. Se puder trabalhar um pouco nela, antes de levar para casa, melhor. Se for comprar em loja física, claro.

Há um verdadeiro universo de máquinas de costura para cada tipo de trabalho que você queira executar. 

25 de maio – Dia das costureiras

Não podia deixar de falar nessas mestras da arte de costurar que vem batalhando há séculos para ter sua profissão vista com o devido respeito. De suas mãos surgem verdadeiras obras artísticas que muitos, infelizmente, não valorizam. São pessoas que trabalham a qualquer hora do dia, em posição que acarreta, muitas vezes, várias dores nas mãos, coluna,  pescoço  e que, mesmo assim, acham que é um trabalho fácil de se fazer. 

É um trabalho que demanda saúde,  custo, tempo, estudo, criatividade e dedicação como muitas outras profissões. Tornar um pedaço de tecido em um vestido de noiva, um terno, uma roupinha para um bebê que vai chegar ao mundo, o uniforme dos filhos, uma fantasia para brincar o carnaval, enfim, em qualquer tipo de roupa, não é para qualquer um. 

Os benefícios de costurar

Assim como a leitura, a jardinagem ou a pintura, entre outras atividades, costurar também pode ser relaxante e rentável. O ato de costurar pode nos proporcionar:

1. Alívio do estresse e da ansiedade;
2. Ajuda a manter o foco na  realização das atividades;
3. Autonomia por fazer suas próprias roupas; 
4. Satisfação ao ver suas peças prontas;
5. Retorno econômico por não precisar comprar todas as suas roupas nas lojas;
6. Melhora a coordenação motora ao manusear as ferramentas de trabalho;
7. Estimula a busca de novos métodos e técnicas de costura;
8. Promove o convívio social com pessoas interessadas nessa arte;
9. Você tem roupas sob medida;
10.  Pode tornar a costura como uma fonte de renda extra;
11. Faz você estar sempre por dentro das novidades, lendo revistas, sites e blogs da moda.
12. E, como foi dito lá no início, você contribui para a ecologia. Ao renovar ou reciclar suas roupas, você ajuda a não aumentar a poluição no nosso planeta.

Esses são apenas alguns benefícios que costurar pode lhe proporcionar. Seja por hobbie ou não, costurar é uma atividade espetacular!

Para finalizar, leia o que dizem sobre as vantagens da costura:

Interessante, não? Para ler a reportagem completa, clique aqui:

Gostou do assunto? Mande seu comentário, dê sua sugestão para os próximos posts. Ah!, caso você goste de jardinagem, dê uma olhada nesse outro artigo do blog: A política da boa vizinhança na horta. Até mais!

Sobre a autora:

Ana Paula Ramos é pós-graduada em Língua Portuguesa pela FANELT (Niterói-RJ), foi professora durante 27 anos em Brasília e mantém um blog sobre Língua Portuguesa (www.ramosdosaber.com.br). Além disso, dedica parte de seu tempo em estudar e aplicar as artes de jardinagem e costura.

Referências:

1. História da Costura (https://pt.scribd.com/document/135646880/HISTORIA-DA-COSTURA)
2. O impacto da produção e dos resíduos têxteis no ambiente (https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20201208STO93327/o-impacto-da-producao-e-dos-residuos-texteis-no-ambiente)

Crédito da capa: Imagem de Freepik