Esporotricose: proteja seu gato

Neste post discutiremos a doença esporotricose devido ao aumento de casos nos últimos anos, principalmente no Sudeste,  caracterizando-se como uma epidemia. Também veremos os seus sinais clínicos, isto é, os sintomas, como é contraída, como geralmente se trata e a prevenção. Essa micose zoonótica costuma ocorrer mais em bairros humildes, mas é sempre bom ter conhecimento dessas doenças para poder cuidar melhor do seu gatinho. 

Lembre-se de que a única pessoa que pode diagnosticar e receitar medicamentos para o seu animal é um médico veterinário qualificado. Assim, se o seu gato apresentar quaisquer sintomas aqui citados, leve-o a um profissional. 

Esporotricose

Transmissão

A esporotricose é transmitida pela entrada do fungo Sporothrix brasiliensis (ou Sporothrix schenckii ou Sporothrix humicola ) em lesões e vias respiratórias. Esse fungo pode habitar solos e plantas, mas também é transmitida via contato, arranhões e mordeduras de animais infectados, sendo essa a forma mais comum para a infecção em humanos.

Sintomas da esporotricose

Caso perceba algum dos sinais abaixo, separe o seu gato de outros animais, de pessoas e utilize máscara e luvas para lidar com o gatinho doente. Leve seu bichinho o mais rápido possível ao médico veterinário.

  • Lesões na pele
  • Inflamação nos olhos, nariz e boca
  • Linfonodos aumentados
  • Espirros, dispnéia (sensação de falta de ar) e secreção nasal
  • Infecções secundárias

Diagnóstico e tratamento

Como os sintomas dessa doença não são específicos, só a análise dos sinais clínicos não é suficiente. São necessários exames laboratoriais como testes micológicos para diagnosticar a esporotricose. Infelizmente, não são todos os laboratórios que fazem esse teste e, além disso, é um teste demorado, em torno de 30 dias para sair o resultado. No entanto, existe um teste novo que é mais eficiente chamado de ELISA.

A esporotricose é uma doença difícil de ser tratada. O tratamento é feito, principalmente, com antifúngicos, mas podem ser receitados outros medicamentos para tratar lesões, infecções secundárias e inflamações das vias respiratórias. É muito  importante seguir à risca o período de tratamento que o médico indicou, que pode durar 2 meses, para que a doença seja de fato curada. É comum tutores abandonarem o tratamento porque as lesões de pele cicatrizaram, causando assim reincidência da doença. 

O prognóstico depende de quanto tempo o animal está infectado e da seriedade das lesões e inflamação respiratória. Caso o animal não sobreviva, ele deve ser encaminhado para um crematório adequado e não pode ser enterrado, pois pode infectar o solo.

Fungo Sporothrix sp, causador da esporotricose.
Sporothrix sp em forma de leveduras ovaladas e arredondadas (DA CRUZ, 2013. pg 13)

Prevenção da esporotricose

A melhor forma de prevenção é manter seu gato dentro de casa. Caso deseje passear com ele, mantenha-o afastado de gatos desconhecidos. Se, na sua cidade,  estiver havendo muitos casos relatados dessa doença, evite os passeios. Ainda não existe vacina para a esporotricose, mas já estão sendo feitos testes para isso. 

Caso encontre um gato de rua ou desconhecido que se arrastou nas suas roupas e você tenha feito carinho nele, sempre lave as mãos e  suas roupas antes de se encontrar com o seu gato. Lembre-se de que essa doença também acomete humanos, por isso evite se aproximar de gatos de rua com feridas. Caso tenha  o costume de fazer isso, recolha o animal utilizando máscara e luvas e leve ao veterinário para ser tratado e castrado, se possível. Essa é a principal forma de evitar uma epidemia.

Caso tenha alguma dúvida ou relato, coloque aqui nos comentários.  


Referências

DA CRUZ, Luiz Celso Hygino. Complexo Sporothrix schenckii. Revisão de parte da literatura e considerações sobre o diagnóstico e a epidemiologia. Veterinária e Zootecnia, v. 20, p. 08-28, 2013.

Autor: Luana S. Ramos

Leia nossas outras matérias sobre os cuidados e a saúde dos nossos Pets. Clique aqui!

1 comentário em “Esporotricose: proteja seu gato”

Deixe um comentário