A Leishmaniose é uma doença zoonótica, isto é, transmissível a humanos e outras espécies. Neste post , vamos tratar sobre a Leishmaniose visceral e cutânea que podem acometer animais domésticos e humanos.
Leishmaniose visceral
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Transmissão
A transmissão da leishmaniose visceral acontece por meio dos flebotomíneos Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi, também conhecidos por mosquito palha. O mosquito possui o papel de vetor dessa doença. Assim, para manifestar a doença, ele precisa picar um animal estando contaminado pelo protozoário flagelado Leishmania (L.) infantum chagasi, que pertence à família Trypanosomatidae e ao subfilo Mastigophora.
Considerando que os mosquitos ficam infectados ao picar um indivíduo contaminado, cães e pessoas se tornam reservatórios do protozoário.
Sintomas
A leishmaniose visceral pode se apresentar de forma sintomática ou assintomática, além disso pode exibir sinais clínicos inespecíficos, isto é, sintomas comuns para várias doenças. Além disso, a doença causa imunossupressão, ou seja, baixa a imunidade no geral, portanto o animal pode ser acometido por outras infecções oportunistas.
Os sintomas mais comuns da doença são:
- Hiperqueratose (produção excessiva de queratina em coxins e narina que causa espessamento e endurecimento )
- Onicogrifose (unhas grandes em formato de garra)
- Palidez nas mucosas
- Conjuntivite
- Prurido e alopécia
- Convulsão e atrofia muscular
- Febre, anemia e emagrecimento no estágio final
- Os órgãos mais afetados são: linfonodo, baço, fígado, medula óssea e pele.
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- Crédito das imagens:
- 1: Equalis Veterinária
- 2: Santé Laboratório Veterinário
- 3: Revista Business Portugal
- 4: Faculdade Qualittas
Leishmaniose cutânea
Transmissão
Acontece pela picada do mosquito palha fêmea infectado com promastigotas. Existem seis principais espécies do protozoário flagelado da família Leishmania que causam essa doença. O ciclo é o mesmo da Leishmaniose visceral, mas a cutânea pode acometer outros animais domésticos, além do cão.
Sintomas
A Leishmaniose cutânea ou tegumentar pode ser assintomática, alguns animais apresentam nódulos na pele e nas mucosas. Em humanos, os sintomas são mais evidentes com lesões ulceradas de bordas elevadas.
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Diagnóstico e tratamento da Leishmaniose
Por apresentar muitos sintomas comuns com outras doenças e abrir as portas para outras doenças, pode ser difícil chegar a um diagnóstico pela anamnese apenas, por isso é necessário realizar testes sorológicos e parasitológicos. Como a Leishmaniose é uma zoonose, é muito importante realizar os testes para chegar a um diagnóstico concreto e, caso haja a confirmação, o médico veterinário deve notificar o caso aos órgãos públicos.
Essa doença não possui um bom prognóstico. Recentemente, foi aprovada a comercialização do único tratamento no país, no entanto ele possui um preço elevado. Além disso, não existe cura para nenhum dos tipos de Leishmaniose. Assim, mesmo tratando, o animal continua sendo um reservatório. Dessa forma, ele deve utilizar coleiras repelentes, a fim de evitar que o mosquito transmita para outros animais ou pessoas.
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Prevenção das Leishmanioses
A melhor forma de prevenção é impedir que o mosquito entre em contato com o animal:
- Coleira repelente
- Aplicação de inseticidas (essa medida deve ser feita com cautela, pois todo inseticida é veneno)
- Eliminação de focos do mosquito palha
- Redes mosquiteiras nas janelas ou canis
A Leishmaniose tanto visceral quanto tegumentar são muito graves e zoonóticas, por isso a sua notificação é obrigatória. Essa doença costuma ser mais recorrente em áreas rurais, no entanto, com o desmatamento desenfreado, muitas espécies estão se encaminhando para áreas urbanas.
Assim, é importante proteger tanto você quanto seu animalzinho dessa doença, mas não abuse do inseticida, pois ele mata ou contamina todo tipo de animal e isso pode causar um grave dano ao meio ambiente.
Já tinha ouvido falar sobre essas doenças? Caso tenha interesse, leia também este artigo sobre a doença do carrapato e sobre a raiva. Clique aqui.
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Autora: Luana S. Ramos
Referências
BARBOSA, Henrique Gitti et al. LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA): INFECÇÃO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO. ANAIS DO FÓRUM DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO UNIFUNEC, v. 1, n. 1, 2010.
LAB&VET, O. Listar Informativos para o Veterinário-Leishmaniose canina–desafios diagnósticos, tratamento e prevenção Leishmaniose canina–desafios diagnósticos, tratamento e prevenção.
MIRANDA, Luciana. Leishmaniose Tegumentar: O que é, principais sintomas, tratamento e formas de prevenção. 2023DA ROCHA, Gustavo Pereira; PETRONI, Tatiane Ferreira. LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR AMERICANA VISCERAL AND CUTANEOUS LEISHMANIASIS. Revista Saúde UniToledo, v. 1, n. 2, 2017.
Créditos de imagens
Foto da capa: Imagem de Isa KARAKUS por Pixabay