A dirofilariose é uma doença causada por um nematódeo conhecido, popularmente, como parasita do coração. Sendo do gênero Dirofilaria, normalmente da espécie Dirofilaria immitis, tem, como hospedeiro final, principalmente os cães, mas também infecta felinos e seres humanos. A Dirofilaria possui, como hospedeiros intermediários, os mosquitos dos gêneros Aedes, Culex e Anopheles.
Com o aumento dos casos da circulação dos mosquitos do gênero Aedes abre-se a possibilidade para o aumento dos casos de dirofilariose. Por isso, aqui será apresentado como se dá a transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção.
É importante relembrar os tutores de que esse é apenas um site que tem por objetivo compartilhar informações sobre os pets. Caso seu animal apresente algum sintoma, leve-o a um médico veterinário qualificado para diagnóstico e tratamento.
A primeira descrição desta doença em cães foi publicada em 1847, nos EUA. Acredita-se que a exportação de cães infectados contribuiu para que ela chegasse aqui. Essa não é uma doença muito falada e nem muito comum, no entanto, com o aumento significativo de mosquitos Aedes em circulação, é possível que mais casos de dirofilariose comecem a aparecer.
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Transmissão da dirofilariose
A dirofilariose é transmitida através dos mosquitos dos gêneros Aedes, Culex e Anopheles. A fêmea desses mosquitos ingere o sangue contaminado de outros animais e fica infectada com as microfilárias; após um período de duas semanas, aproximadamente, essas larvas ficam infectantes. Assim, quando o mosquito for se alimentar de outro animal, ele irá inocular as larvas na circulação sanguínea.
Esse parasita fica em torno de 3 meses se desenvolvendo no animal e fica instalado no coração, geralmente no átrio direito e na veia cava. O átrio direito é o compartimento do coração que recebe o sangue desoxigenado do corpo do animal; esse sangue chega pela veia cava. O átrio direito é responsável por encaminhar esse sangue para o ventrículo direito, que por sua vez, bombeia o sangue ao pulmão pela artéria tronco pulmonar. Dessa forma, o parasita ocupa o coração e pode acabar sendo levado junto com o sangue para outros locais do corpo. Após meio ano, é possível encontrar novas microfilárias na circulação sanguínea.
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Fonte: SANTOS, 2017
Sintomas da dirofilariose
Essa zoonose pode ser assintomática até alcançar um estágio avançado ou também pode se mostrar com sintomas inespecíficos. Além disso, pode se apresentar de formas diferentes em cães, gatos e humanos. A dirofilariose, geralmente, pode se manifestar de duas formas: hepática e cardiopulmonar. A primeira forma costuma apresentar distensão abdominal, enquanto que a segunda apresenta alterações cardíacas e respiratórias.
Nos gatos, os quais costumam ter maior tolerância à doença, os sintomas se agravam com a evolução da mesma. Os sinais clínicos são mais aparentes no início e final da doença.
Os sintomas mais relatados nos Pets são:
- Tosse
- Intolerância ao exercício
- Dispneia (falta de ar)
- Hepatomegalia (aumento do fígado)
- Inchaço abdominal (devido acúmulo de líquidos)
- Letargia
- Fraqueza
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Diagnóstico e tratamento
O médico veterinário chega ao diagnóstico a partir da anamnese, investigação de sinais clínicos e exames laboratoriais. Durante a consulta, o profissional consegue escutar sons anormais tanto no coração quanto no pulmão, dependendo da fase da doença. Normalmente, entre os exames laboratoriais, são pedidos esfregaço sanguíneo, teste de knott, PCR ou exames sorológicos com o finalidade de confirmar a doença. Além disso, exames de imagem, como radiografias, também contribuem para confirmar a doença e em qual fase está.
O médico veterinário irá prescrever a medicação de acordo com a gravidade da doença, procurando tratar as inflamações causadas pelos parasitas e indicando remédios antiparasitários. Além disso, pode ser necessário levar o animal à cirurgia para a remoção dos parasitas adultos, visto que se ficarem mortos no organismo podem bloquear a circulação sanguínea e causar mais inflamação. Essa é uma cirurgia muito delicada e arriscada, principalmente porque os parasitas costumam estar presentes no coração.
O tratamento da dirofilariose pode demorar meses, muitas vezes sendo necessário repetir várias vezes os exames para confirmar que o animal não é mais um vetor, contribuindo para a disseminação da doença.
Prevenção
Visto que a dirofilariose é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Aedes, Culex e Anopheles, a melhor forma de prevenir seu animal de pegar essa doença é impedir que o mosquito chegue nele. Animais que passam a maior parte do tempo dentro de casa, investir em telas mosquiteiras seria o melhor, ainda mais porque também irá lhe proteger contra a dengue. Para os animais que têm acesso ao ar livre, adquirir coleiras antiparasitárias irá protegê-los contra os mosquitos e outros parasitas que podem transmitir várias doenças.
Já conhecia a dirofilariose? Possui alguma dúvida ou relato? Deixe nos comentários abaixo e compartilhe essa publicação para os pais de pets. Como sugestão, leia também nosso artigo sobre a Leishmaniose. Até a próxima.
Sobre a autora:
Luana S. Ramos é estudante de medicina veterinária no Distrito Federal e é apaixonada pelos animais desde pequena, por isso está adotando o veganismo como estilo de vida. É tutora de 8 cachorros, 6 gatos e 2 coelhos.
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Referências:
OLIVEIRA, Armando de Amorim. Hemoparasitos diagnosticados em animais domésticos em laboratório veterinário do estado de Sergipe, durante o Ano de 2021. 2022. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, 2022.
Teives, M.J.N.V.C. (2015). Deteção da infeção por Babesia spp., Hepatozoon spp., Leishmania spp., Ehrlichia spp. e Dirofilaria immitis em gatos (Felis catus domesticus) por técnicas parasitológicas diretas e serológicas no concelho de Alcochete. Dissertação de mestrado. Universidade de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa.
SILVA, Rodrigo Costa da; LANGONI, Helio. Dirofilariose: zoonose emergente negligenciada. Ciência Rural, v. 39, p. 1615-1624, 2009.
SANTOS, Renato de Lima et al. Atlas de patologia macroscópica de cães e gatos. Cad. técn. Vet. Zoot., p. 1-83, 2017.
DANTAS, Gleice Cardozo. Parasitismo por Dirofilaria immitis em cão: relato de caso. 2024. 82f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, 2024.
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